Mariana Bueno
Do Bolsa de Bebê
A gravidez de gêmeos precisa não só de duas vezes mais roupinhas e fraldas, mas também de cuidados em dobro. Especialmente por ser considerada uma gestação de alto risco, já que podem ocorrer problemas como a prematuridade, baixo peso ao nascer, placentas baixas ou descolamentos da placenta, maior incidência de pré eclampsia, que é o aumento da pressão arterial durante a gravidez, e o polihidramnio, que é o aumento do líquido da bolsa das águas.
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“A gestação gemelar necessita uma vigilância maior para que alterações sejam detectadas precocemente, por isso os intervalos de consultas geralmente são menores”, afirma aginecologista e obstetra Elza Almeida, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
Parto prematuro de gêmeos
Ela afirma que a gravidez de gêmeos é de risco sempre. No inicio, pode ocorre o abortamento espontâneo com mais facilidade do que quando é um feto só e, durante a gravidez , as placentas podem estar mal localizadas e o útero se distende muito mais para acomodar os fetos, o que faz com que o parto prematuro seja mais comum, ocorrendo em 2/3 das gestações gemelares.
“Se imaginarmos que, no fim de uma gestação normal o feto deva estar pesando aproximadamente 3 quilos e que tem um litro de liquido amniótico, imagine dois fetos pesando três quilos além do liquido e a das placentas… No final, é sempre um parto mais difícil”, diz.
Ganho de peso na gestação de gêmeos
Por estar carregando dois fetos, é natural a mulher ganhar mais peso na gravidez do que quando há um único bebê. A ginecologista explica que, depois de 20 semanas de gestação, é permitido que a gestante de gêmeos ganhe de peso em média 500 gramas por semana, o que corresponde ao desenvolvimento e crescimento do feto. Fazendo esse cálculo, no final da gestação, que é por volta de 40 semanas, a mãe vai ter aumentado 10 quilos. Mas no caso de dois fetos, esse valor vai dobrar para 20 quilos, que é um aumento normal estimado em mulheres que praticamente não engordaram.
É possível ter gêmeos por parto normal?
A escolha do melhor tipo de parto deve ser cuidadosamente avaliada, porque o potencial de complicações é muito alto. “O trabalho de parto deve se totalmente monitorado no hospital. É necessário ter dois obstetras e dois pediatras no momento do parto, além do anestesista”, alerta a médica.
A cesariana é sempre indicada quando é o primeiro parto da gestante, e também quando as contrações não estão regulares, quando há aumento de pressão arterial na gestante, ou se houver placenta prévia ou descolamento da placenta.
Se as condições de vitalidade dos fetos e condições clinicas da mãe permitirem, é possível um parto normal, mas é necessário levar em consideração alguns fatores como o decorrer da gestação atual, se a mãe já teve outro parto anterior e sem problemas, e se o primeiro gêmeo está em apresentação cefálica ou seja, de cabeça para baixo. “Se não houver uma progressão esperada do trabalho de parto ou se ocorrer alguma complicação que possa comprometer o bem-estar da mãe e dos fetos, o mais indicado é a cesariana”, diz.
Cuidados com filhos gêmeos
Se o s gêmeos nascerem muito prematuros, como ocorre em vários casos, podem ter que passar um período em unidades de cuidado intensivo, porque a prematuridade significa, além de um recém-nascido menor e mais magrinho, também há dificuldade de respirar, mamar, e órgãos como fígado, intestino e outros podem não estar amadurecidos e não funcionarem plenamente.
Com o crescimento e desenvolvimento, serão como qualquer recém-nascido. “Mas certamente todas as necessidades estarão multiplicadas por dois, ou três. Portanto as dificuldades das mães para amamentar, e para os demais cuidados serão proporcionais”.
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