Cientistas da Universidade de Rice, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um microscópio minúsculo para ser implantado no cérebro. A ideia é que o instrumento leia sinais de alguns neurônios ligados à visão e audição e os transmita para frente, auxiliando na recuperação desse sentidos.
O projeto é uma iniciativa do governo norte-americano em parceria com algumas universidades e tem o objetivo de fornecer um caminho alternativo para que imagens e sons cheguem direto ao cérebro. Para isso, o microscópio e seu software precisam decodificar e desencadear neurônios na camada mais externa do cérebro, o córtex.
Como funciona o microscópio cerebral
Batizado de FlatScope, o objeto plano mais lembra um chip, que é implantado entre o crânio e o córtex cerebral. Ele é como se fosse um “primo” da FlatCam, uma câmera muito pequena que não utiliza lentes desenvolvida por cientistas da mesma Universidade. No primeiro momento, o foco será nos neurônios da visão.

A ideia é fazer com que uma proteína modifique neurônios e os faça ficarem luminosos quando ativados. A interface óptica do microscópio conseguiria identificá-los e estimulá-los. “Estamos adotando uma abordagem totalmente ótica em que o microscópio pode ser capaz de visualizar um milhão de neurônios”.
Isso foi o que Ames Robinson, que integra a equipe do Departamento de Engenharia Elétrica e de Informática responsável pelo projeto, declarou no comunicado da universidade à imprensa. A nova abordagem supera muito os limitados sistemas atuais que monitoram e fornecem informações aos neurônios.
“Somos capazes de criar processadores extremamente densos com bilhões de elementos em um chip para o telefone em seu bolso. Então, por que não aplicar esses avanços às interfaces neurais?”, questionou Robinson.
Com um aporte financeiro de mais de US$ 65 milhões, ainda não há previsão de quando o dispositivo chegará ao público.
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