O vírus da poliomielite pode ser um aliado no combate ao câncer no cérebro, revelaram os pesquisadores do Duke Cancer Institute.
Na verdade, esta é uma informação que este grupo de cientistas já tinha em mãos, mas que esteve sendo aperfeiçoada por pelo menos cinco anos: agora, eles reconheceram como o vírus mata as células tumorais e as expõe para que o organismo crie um mecanismo de ataque.
Vírus da pólio como terapia para câncer
Considerado uma terapia inovadora pelo Food and Drug Administration, órgão regulador norte-americano, desde 2016, o vírus da pólio foi usado em testes com pacientes com glioblastoma, o tipo mais comum de câncer no cérebro e que, apenas nos Estados Unidos, é diagnosticado em 12 mil pessoas todos os anos.
Os pesquisadores identificaram, então, que ele não só ataca o câncer, como ativa um processo de inflamação que manda alerta para o sistema imunológico e inibe o ressurgimento das células tumorais.
“Esta é uma descoberta encorajadora, porque significa que o poliovírus estimula uma resposta inflamatória inata”, explicou a co-autora do estudo e imunologista Smita Nair.
O poliovírus não é o primeiro identificado como capaz de acabar com tumores no cérebro. O vírus Zika também destrói as células tumorais, conforme resultado de estudos das Universidades de Washington e San Diego, nos Estados Unidos.
Como foi feita a pesquisa
Usando células de melanoma e câncer de mama e, depois, aplicando a terapia em ratos de laboratório, os cientistas descobriram que a terapia de poliovírus modificado faz com que ele se anexe às células malignas, que possuem proteína CD155 em grande quantidade. Esta proteína também é conhecida como o receptor de poliovírus.
O vírus modificado, então, começa a atacar as células tumorais. O vírus ainda age em um último golpe, disparando um alarme dentro do sistema imunológico, que alerta o organismo sobre a hora de atacar.
Assim, as células cancerosas não conseguem mais se esconder e se tornam vulneráveis a estes ataques.
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