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Encontrado o mais antigo buraco negro, que pode explicar como nasceu o universo

Publicado 8 Dez 2017 – 03:56 PM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Se as contas da astrofísica estão corretas, o Big Bang estourou há aproximadamente 13,7 bilhões de anos. Ainda é difícil precisar quando surgiram e quais eram as primeiras organizações cósmicas, mas a resposta parece que está mais próxima.

Um grupo de cientistas identificou o mais antigo buraco negro já visto pela humanidade até agora: nasceu quando o universo que conhecemos tinha apenas 690 milhões de anos - a título de curiosidade, nosso sistema solar surgiu 8 bilhões de anos depois.

O mais antigo e mais distante buraco negro

Trata-se de uma relíquia rara da fase inicial do universo. É um buraco negro supermassivo, cuja matéria é 800 milhões de vezes maior que a massa do Sol, de acordo com o artigo publicado na revista científica Nature.

Sabe-se que além de ser um ancião cósmico de 13 bilhões de anos (ou seja, nasceu quando o universo tinha somente 5% de sua idade conhecida), está localizado extremamente distante da Terra, a 13 bilhões de anos-luz - é o mais longe que já pudemos enxergar.

"Este buraco negro cresceu muito mais do que o esperado em apenas 690 milhões de anos após o Big Bang, o que desafia nossas teorias sobre como os buracos negros se formam", disse um dos autores do estudo, Daniel Stern, em comunicado da Nasa.

Quasares podem explicar origem do universo

Para a ciência, assim que o Big Bang estourou, o universo se transformou em uma sopa extremamente quente de partículas e somente após meio milhão de anos começaram se arrefecer e se misturar com hidrogênio neutro.

Assim, o universo que conhecemos começou a tomar forma. A gravidade condensou a matéria que formou as primeiras estrelas e galáxias e esse processo liberou tanta energia que mudou a composição química do hidrogênio, que perdeu um elétron. Desde que o hidrogênio tomou esta forma (é a mesma até hoje), os fótons passaram a poder viajar pelo espaço e fez-se a luz.

Encontrar hidrogênio neutro, portanto, significa ter acesso a uma das formas mais primitivas de elementos do universo. Acontece que este buraco negro tão antigo devora vorazmente todo material que está a seu redor a partir do centro de uma galáxia, fenômeno conhecido como quasar.

"Quasares estão entre os objetos celestiais conhecidos mais brilhantes e distantes e são cruciais para a compreensão do universo inicial", disse Bram Venemans, que também trabalhou no projeto.

Isto porque o quasar é composto majoritariamente exatamente por hidrogênio neutro. Ou seja, o quasar é o único exemplo até agora encontrado do processo físico-químico que tornou o universo aquilo que conhecemos hoje. Para os cientistas, a sorte foi grande: eles calculam que deve haver no máximo 100 quasares tão brilhantes como esse.

Mistério dos buracos negros

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