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Modelo inspira ao assumir manchinhas do vitiligo após anos se escondendo: "É minha arte"

Publicado 6 Out 2020 – 02:26 PM EDT | Atualizado 6 Out 2020 – 02:26 PM EDT
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Devido ao vitiligo, doença que causa despigmentação da pele de forma heterogênea, a jovem Larissa Sampaio passou anos de sua vida se escondendo atrás de roupas compridas e uma camada de maquiagem diária no rosto, mas, a partir de 2019, estes deixaram de ser hábitos comuns para ela. Incentivada a não cobrir mais as manchinhas, ela agora as adora – e inspira ao fazer trabalhos de modelo ao natural.

Modelo inspira com aceitação do vitiligo

Quando as primeiras manchinhas do vitiligo começaram a aparecer em Larissa aos cinco anos de idade, ela não se importou muito porque, segundo ela, eram pequenas e pouco aparentes. Com o passar dos anos, no entanto, elas aumentaram, e ela teve uma adolescência bastante difícil devido aos comentários que os colegas da escola faziam sobre sua pele por puro preconceito.

Em entrevista ao “Encontro” (Rede Globo), Larissa relembrou as ofensas e os efeitos delas em sua autoestima. “Recebia muitos apelidos de coleguinhas para me machucar, e foi assim durante muito tempo”, desabafou a moça, que acabou se tornando bem tímida. “Eu ficava muito acanhada, escondia minhas manchinhas... A oportunidade que eu tinha para esconder, escondia”, disse, contando que usava roupas compridas e maquiagem.

A situação, segundo ela, a acompanhou durante cerca de 12 anos – e era assim até nos dias mais quentes do verão de Brasília, onde vive até hoje. “Eu estudava à tarde. Imagine o sol e eu com roupa tampando todo o meu corpo. Sentia muita vergonha de mim, infelizmente”, disse ela. Após tanto tempo, porém, ela se libertou a partir de conselhos dados a ela por um agente.

“Eu tive o convite para ir a uma agência de modelos e, lá, conversei com o agente. Ele me desafiou a não usar mais maquiagem no rosto, falou para não tampar minhas manchinhas, que isso era o diferencial e me tornava única”, disse ela, afirmando que o incentivo constante dos próprios pais também a ajudou a criar forças. “Com o tempo, fui começando a me aceitar”, comentou.

Com a abertura para começar a fazer trabalhos como modelo, Larissa se encontrou então em uma carreira que nunca cogitou perseguir, e passou também a ver a doença com carinho. Apesar de ainda ter ficado insegura durante seu primeiro ensaio sem esconder as manchinhas do corpo, ela conseguiu se soltar e, ao ver o resultado das fotos, percebeu o próprio poder.

“Recebi um convite para fazer minhas primeiras fotos e teria que ir sem passar maquiagem alguma no rosto para tampar minhas manchinhas. Eu fiquei supertímida, só que com o tempo fui me soltando. Quando vi o resultado das fotos, vi o quão linda eu era com essas manchinhas, o quanto isso me deixava diferente, eu só consegui ficar sorrindo e agradecer”, disse ela.

Em seu ensaio preferido até hoje, ela chegou a ter a pele “maquiada”, mas não de forma convencional. Para as fotos, algumas das manchinhas de Larissa foram pintadas com tinta colorida, e ela se orgulha muito do resultado. “Mostra que o vitiligo é a minha arte”, afirmou a modelo, que também está ganhando espaço nas passarelas e inspirando muita gente com seu trabalho.

No Instagram, onde publica diversas mensagens com mensagens de empoderamento e autoaceitação, Larissa recebe mensagens diárias a elogiando pela atitude e compartilhando as próprias experiências. “Espero pelo dia em que eu conseguirei me aceitar com vitiligo também”, escreveu uma seguidora da modelo. “Parece um céu, poucas nuvens e muitas lindas estrelas”, disse outra sobre a beleza única de Larissa.

Autoestima e superação

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