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“Perdi minha perna, não minha autoestima”: o exemplo de força e amor-próprio de Paola Antonini

Publicado 13 Set 2021 – 10:48 AM EDT | Atualizado 13 Set 2021 – 10:48 AM EDT
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No final do ano de 2014, Paola Antonini se preparava para comemorar a chegada de 2015 em uma viagem com o namorado e os amigos para Búzios, no Rio de Janeiro. Porém, um grave acidente mudou não somente os planos para o Réveillon, como também toda a vida da jovem.

Quando colocava as últimas malas no carro para o passeio, Paola foi atingida por um automóvel descontrolado e acabou perdendo sua perna esquerda, que foi esmagada entre os veículos da motorista e o do namorado.

Por causa do acidente na porta de casa, a jovem, então com 20 anos de idade, foi obrigada a amputar a perna. O episódio transformou não só a vida de Paola, mas também a de muitas pessoas que vê na modelo uma inspiração.

Paola Antonini nunca desistiu dos sonhos

Ao contar sua história pessoal em vídeos no YouTube, Paola Antonini sempre foi capaz de transmitir força e muita segurança. Ao comentar sobre o período em que estava no hospital, por exemplo, revelou:

“Me explicaram que a cirurgia tinha sido muito complicada, que eu realmente corri risco de vida, que se eles tentassem um pouco mais eu poderia realmente ter sequela ou não estar mais aqui entre nós. Desde aquele momento eu resolvi que iria agradecer minha vida, agradecer que fiquei aqui. Minha perna não vai voltar mais, não adianta chorar, ficar triste”.

Depois do acidente, Paola precisou aderir ao uso de prótese, mas nunca permitiu que a mudança em seu corpo afetasse sua autoestima. Essa foi apenas uma das razões que transformaram a jovem em inspiração para muitas pessoas com a mesma condição.

Paola teve de fazer um trabalho intenso de fisioterapia e, basicamente, reaprender a se locomover e se equilibrar com a prótese. “No primeiro dia que eu andei, foi a melhor sensação da minha vida. Eu não me lembro de um dia que foi mais feliz para mim, estava esperando muito por esse momento. Coloquei a prótese e já saí andando, foi maravilhoso”, contou.

A modelo ainda inspira ao dizer que nunca desistiu de seus sonhos e que, independentemente de sua perna amputada, conseguiu realizar todos. Nos anos que sucederam a cirurgia, Paola passou a dançar, desfilar, correr e até surfar.

“Eu decidi que, todos os dias, eu ia tentar ter a melhor vida que pudesse ter. Continuar me desafiando, sempre tentar coisas novas e me exercitar bastante. Por que não ir além e fazer tudo aquilo que as pessoas me falaram que era impossível? Meu acidente me ensinou a não acreditar nessa palavra: ‘impossível’”, disse Paola no Instagram.

Inclusão e autoaceitação

Desde que sofreu seu acidente, Paola luta pela inclusão e fala sobre a importância de dar visibilidade a pessoas com deficiência.

Em entrevista à rede BBC, a modelo disse que "a gente tem que aprender a estar junto com pessoas diferentes e que têm ritmos diferentes, que precisam de coisas diferentes. Isso é muito mais valioso do que às vezes aprender as coisas num ritmo ultra acelerado."

De acordo com Paola, a escola é o lugar mais importante para incluir pessoas com deficiência. "As crianças que crescem em contato com outras pessoas com deficiência crescem com valores muito importantes - de entender que tudo bem, cada uma tem seu tempo", acredita.

Com quase 3 milhões de seguidores no Instagram, Paola se compromete ainda a passar uma mensagem positiva de autoaceitação. Foi com grande alegria, por exemplo, que a jovem comemorou na rede social uma edição da boneca Barbie com prótese

“Desde o meu acidente, eu sempre sonhei em ter uma Barbie com uma prótese na perna. Isso me representa muito”, afirmou a jovem.

"Eu sou deficiente há 5 anos, eu perdi minha perna, mas minha autoestima nunca mudou. Sempre fui muito tranquila, muito confiante. Amo meu corpo, com prótese ou sem prótese", declarou Paola em entrevista ao VIX em 2019.

A modelo acrescenta ainda que foi a sede por viver que fez com que ela enfrentasse tudo com muita positividade. "Quando a gente vê o quanto nossa vida é valiosa, a gente vê que não tem encasquetar com coisas pequenas", afirmou.

Para Paola, o segredo é não se deixar abater pelas circunstâncias e encarar a vida sempre de braços abertos. "A gente tem que ser feliz, viver ao máximo, tentar ir além das limitações e fazer mais do que a gente pode aparentemente".

Paola é conhecida por exibir com orgulho sua prótese, com estilos, cores e modelos variados. É outra linda forma de se valorizar e mostrar que não há motivos para se envergonhar. Sobre seu “corpo diferente”, já declarou:

“Amo meu corpo, amo essa perninha dourada brilhante e é isso. É um corpo diferente, que me fez aprender coisas diferentes, mas que me trouxe uma vida muito feliz e que me fez chegar nos meus sonhos também".

Instituto Paola Antonini e planos para o futuro

Atualmente com 26 anos de idade, Paola faz trabalhos como modelo, é influenciadora digital e dá seus primeiros passos na carreira de apresentadora. Mas um de seus maiores orgulhos é mesmo a criação de um instituto que leva seu nome.

“Eu tinha esse desejo havia muito tempo. Comecei a visitar crianças em hospitais desde que sofri minha amputação e via o quanto era legal para elas conversar com alguém que também é jovem, que tem uma vida normal e que faz tantas aventuras”, contou a jovem em entrevista à revista Elle.

O Instituto Paola Antonini nasceu para doar próteses, cadeira de rodas e órteses, além de promover a reabilitação com fisioterapia. “Eu quero pegar minha voz e as oportunidades que eu tive para conseguir ajudar outras pessoas. É o que faz sentido na minha vida atualmente”, contou a modelo.

Além de trabalhar com seu instituto, a modelo se prepara para promover seu livro, prestes a ser lançado. Na obra, Paola vai contar um pouco de tudo o que aconteceu com ela e vai falar, na prática, como conquistou o que sempre desejou.

"As pessoas viram quando eu cheguei lá, mas o caminho não foi mostrado totalmente. As dificuldades, os momentos em que eu não estive bem. Acho que vai ser um livro para mostrar minhas fragilidades, algo que eu tenho muita vontade de fazer mesmo, mostrar que nem sempre tudo são flores”, afirmou.

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