Contato pele a pele com a mãe pode salvar bebê prematuros, mostra estudo
O contínuo contato pele a pele entre mãe e bebê é tão importante que, se iniciado imediatamente após o nascimento da criança, tem o poder de reduzir em 25% a mortalidade de um recém-nascido prematuro, segundo estudo publicado em 27 de maio de 2021 no The New England Journal of Medicine.
De acordo com a pesquisa, coordenada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates, o simples contato físico entre mãe e filho é uma das maneiras mais eficazes de prevenir a mortalidade infantil em todo o mundo.
Importância do contato físico entre mãe e bebê
Chamado "Kangaroo Mother Care" ("Método Mãe Canguru"), o contato pele a pele imediato entre mãe e bebê eleva as taxas de sobrevivência de bebês com peso inferior a 2 kg, aponta o trabalho científico.
Atualmente, a recomendação da OMS é que o método se inicie quando o bebê de baixo peso esteja estável, o que pode demorar muitos dias para os que nascem com menos de 2 kg.
O estudo foi realizado em cinco hospitais universitários em Gana, Índia, Malawi, Nigéria e Tanzânia, onde a mortalidade para esses bebês, antes do estudo, variou entre 20% e 30%.
Na pesquisa, 3.211 bebês foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos, um que recebeu contato pele a pele imediatamente após o parto, e um grupo de controle que recebeu cuidados padrão.
Durante as primeiras 72 horas, os bebês do grupo "Método Mãe Canguru" receberam aproximadamente 17 horas de contato pele a pele por dia, em comparação com 1,5 horas no grupo de controle.
A mortalidade durante os primeiros 28 dias foi de 12% no grupo "Método Mãe Canguru", em comparação com 15,7% no grupo de controle, o que corresponde a uma redução de 25%.
Os pesquisadores estimam que o "Método Mãe Canguru", iniciado imediatamente após o parto, mesmo em bebês com baixo peso, tem o potencial de salvar a vida de mais 150 mil bebês recém-nascidos a cada ano.