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Curar depressão é possível? Remédios, tratamentos naturais e terapias alternativas

Publicado 5 Abr 2019 – 12:37 PM EDT | Atualizado 5 Abr 2019 – 12:37 PM EDT
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A depressão é uma condição séria, incapacitante e que afeta quase 350 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). De difícil diagnóstico, a condição, considerada a maior causa de suicídios no planeta, pode ter sintomas silenciosos e discretos, que afetam o cotidiano do indivíduo ao apresentar sinais físicos e emocionais.

Depressão: o que é

A depressão é um distúrbio mental caracterizado, basicamente, por um sentimento de tristeza profunda, intensa e constante, aparentemente sem motivo e que pode persistir durante semanas e até meses.

Ficar triste é bem diferente de ser diagnosticado com depressão: ambas surgem de um acontecimento na vida, mas a tristeza é passageira, explica a psiquiatra Dra. Simone Barazzetti Olsson.

A maioria das pessoas que sofre de depressão não sabe que tem o problema, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Existe ainda uma outra parcela da população que confunde o mal com ansiedade e tristeza.

Como curar depressão: tratamentos

Tem cura?

A depressão é uma doença que não possui cura definitiva e a reincidência de seus sintomas é algo bastante comum e frequente. Quem sofreu um episódio depressivo tem 50% de chance de ter um segundo, afirma o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Por isso os cuidados devem ser constantes e o paciente acompanhado de perto por especialistas.

Apesar de não ter cura, a depressão pode ser tratada e ter seus sintomas controlados, garantindo assim uma vida comum ao paciente.

Remédio

Após a depressão ser diagnosticada, o primeiro passo é receber do médico a indicação de antidepressivo. Diferente do que grande parte das pessoas pensa, o medicamento não vicia. Alguns acarretam efeitos colaterais, mas ainda assim são o melhor remédio para a depressão, explica o Dr. Antônio Geraldo da Silva.

O psiquiatra Leonard Verea explica que há mais de 50 tipos de antidepressivos. Cabe ao médico avaliar paciente por paciente a fim de encontrar o mais adequado individualmente. "Não temos receita de bolo, pois cada pessoa é única. Então, vamos na tentativa e erro", esclarece.

Um estudo publicado no jornal científico The Lancet analisou dados de 522 trabalhos que testaram 21 diferentes tipos de antidepressivos e, ao cruzar informações cedidas por empresas farmacêuticas e acadêmicos, mostrou que os remédios funcionam mesmo e foi, inclusive, capaz de listar os considerados melhores para tratar o transtorno.

Psicoterapia

O uso de antidepressivos aliado à psicoterapia é considerado o tratamento mais completo para a depressão. Sempre que possível, familiares devem participar das consultas com o depressivo a fim de entender sua situação e fornecer o apoio necessário para que o tratamento tenha sucesso.

Terapias complementares

Outra alternativa para tratar casos menos severos de depressão são os antidepressivos naturais, como fitoterápicos e homeopáticos.

Caroly Cardoso, membro da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do CRF-SP, defende que esses compostos realmente funcionam pois, assim como os medicamentos comuns, estabilizam os neurotransmissores. Já o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva afirma que não há base científica sobre a eficácia.

Portanto, vale buscar orientação de um médico para que seja encontrada a melhor forma de medicação para cada pessoa, além de complementar o tratamento com terapia com psicólogo.

Acupuntura

Endorfina, serotonina, catecolamina, adrenalina e melatonina estão na lista dos hormônios responsáveis pelas nossas sensações e quando esses hormônios entram em desiquilíbrio e tem suas quantidades reduzidas que um indivíduo começa apresentar traços de depressão, explica a neuroacupunturista Aparecida Enemoto

A acupuntura, portanto, pode servir como complemento ao tratamento tradicional de depressão porque, através dos estímulos a determinados pontos, provoca a regularização da produção hormonal.

Hipnose

Ao contrário do que muita gente imagina, a hipnose não é algo místico e sua prática é, inclusive, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.

De acordo com o site médico WebMD, a hipnose é geralmente considerada uma ajuda para certas formas de psicoterapia (aconselhamento), ao invés de um tratamento em si.

A prática pode ajudar com a psicoterapia porque o estado hipnótico permite que as pessoas explorem pensamentos, sentimentos e lembranças dolorosos que possam ter ocultado de suas mentes conscientes. Além disso, a hipnose permite que as pessoas percebam algumas coisas de maneira diferente, como bloquear a consciência da dor.

Alimentação

A alimentação pode desempenhar significativo papel no tratamento de depressão. Obviamente, uma simples mudança no cardápio não é capaz de tratar o transtorno, mas existem alimentos considerados eficazes para amenizar os sintomas mais comuns do problema, assim como há comidas que prejudicam quem sofre de depressão.

Atividades físicas

Segundo um estudo da Universidade Southwestern, no Texas, praticar corrida três vezes por semana pode ser tão eficaz quanto o uso de antidepressivos. A pesquisa mostrou que pessoas que praticaram corrida durante 30 minutos em três a cinco dias por semana tiveram, após 3 meses, redução de 47% de seus sintomas depressivos.

Outra pesquisa, realizada pela Universidade Southern Methodist, de Dallas, indicou que as vantagens das atividades aeróbicas, além de proporcionar bem-estar físico, ainda se estendem ao bem-estar emocional, trabalhando a autoestima e as relações sociais interpessoais, combatendo assim a depressão.

É importante ressaltar, no entanto, que os exercícios físicos podem funcionar no alívio e até mesmo na superação do problema, mas sua prática não deve ser encarada como substituta de cuidados psiquiátricos e psicológicos.

Como sair da depressão

Não existe uma porta de saída única para a depressão ou mesmo é possível determinar um tempo exato para o tratamento, já que os sintomas e a capacidade de superar o problema dependem de vários fatores, como gravidade dos sinais e resposta do paciente aos tratamentos.

De acordo com o psiquiatra Geraldo Possendoro, mestre em Neurociências e Comportamento, é muito importante fazer com que o indivíduo deprimido tenha compreensão de que passa por um problema e admita que necessita de ajuda.

Um equívoco comum e bastante grave é abandonar os cuidados, como deixar de tomar remédios ou não mais frequentar sessões de análises, assim que aparecerem os primeiros sinais de melhora. É essencial entender que o tratamento os cuidados da depressão devem ser constantes.

Depressão: sintomas e tratamentos

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