A gravidez fora do útero, chamada de gravidez ectópica, é caracterizada por uma gestação em que o desenvolvimento embrionário ocorre em um local fora da cavidade uterina, onde há endométrio capaz de sustentar a gravidez, como nos ovários, colo do útero, cavidade abdominal e trompas.
A suspeita de uma gravidez ectópica pode ser confirmada com a realização de ultrassonografia e exames de sangue e pélvico. Os sintomas mais comuns são: hemorragia vaginal, dores pélvicas e abdominais, desconfortos nas relações sexuais, vertigens e até desmaios. E alguns tipos de mulheres correm mais risco de ter uma gravidez fora do útero.

Mulheres que usam DIU como método contraceptivo
Mulheres que optam pelo DIU para evitar uma gestação têm maiores riscos de ter uma gravidez fora do útero. Isso porque, neste caso, é possível que a mobilidade das trompas seja diminuída, afirma a ginecologista e obstetra Daniela Gouveia.
A mobilidade das trompas é o que empurra o óvulo até a cavidade uterina, portanto, ele acaba não chegando lá e pode se fixar nas trompas, onde é fecundado pelo espermatozoide, levando a um quadro de gravidez ectópica.
Mulheres com Doença Inflamatória Pélvica
A Doença Inflamatória Pélvica é uma síndrome que acomete os órgãos genitais femininos, causada pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, através de uma relação sexual desprotegida com um parceiro contaminado. A condição também pode favorecer uma gravidez fora do útero.

Mulheres que tiveram gravidez ectópica anterior
Estima-se que mulheres que já tiveram uma gravidez fora do útero têm até dez vezes mais chances de apresentar o quadro novamente.
Mulheres que passaram por cirurgia abdominal anterior
A gravidez ectópica tem ainda mais chances de ocorrer entre mulheres que fizeram cirurgia abdominal ou pélvica prévia, particularmente, cirurgia tubária.

Mulheres com endometriose
Pacientes com histórico de endometriose também têm maiores riscos de desenvolver uma gravidez ectópica. A condição é ocasionada quando o endométrio, tecido que reveste o útero, se espalha por outros órgãos da cavidade abdominal e inflama, explica o especialista em ginecologia e presidente do Congresso Mundial de Endometriose Mauricio Abrão.
Mulheres que engravidaram por técnicas de reprodução assistida
A fertilização in vitro pode ocasionar um risco levemente maior de gravidez ectópica. A taxa, no entanto, é pequena e, geralmente, similar à de mulheres com histórico de infertilidade.

A gravidez ectópica não é capaz de prosseguir normalmente e a condição resulta em aborto, já que o óvulo que foi fecundado não sobrevive e o crescimento do feto pode destruir as estruturas do corpo da mulher.
Quando detectada, a gravidez fora do útero deve ser tratada e a terapia varia de acordo com o avanço da gestação, podendo contar com uso de medicamentos até cirurgia para interromper a gravidez. Se, após o tratamento, as trompas permanecerem intactas, são grandes as possibilidades de a mulher ter uma gestação normal no futuro.
Cuidados durante a gravidez
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