Comer menos à noite pode fazer você viver mais e não tem nada a ver com emagrecer
Além de se preocupar com a qualidade e a quantidade de alimentos que coloca no prato, talvez seja importante também prestar atenção ao horário em que você faz suas refeições. E não somente por uma questão de perda e manutenção do peso, mas também para garantir boa saúde.
No nosso cérebro, tempos uma espécie de “relógio biológico”, chamado núcleo supra-quiasmático, que controla os ritmos do corpo e estabelece funções que devem ser feitas durante o dia e durante à noite, explica o endocrinologista Bruno Halpern, em seu perfil no Instagram. E ignorar as demandas deste medidor natural pode ser prejudicial à saúde.
Comer menos à noite diminui riscos de doenças
De acordo com o médico, a alimentação é uma atividade programada para ocorrer na fase do dia em que estamos ativos. Nesse período, enzimas, hormônios e fatores de transcrição que ajudam na oxidação e armazenamento de energia estão no pico de ação e levarão nossos estoques de energia ao local certo.
Já durante à noite, com menor ação dessas substâncias, o uso e armazenamento de energia é prejudicado e, em testes feitos com animais, refeições fartas no período de descanso foram associadas a maior depósito de gordura em órgãos que não deveriam, como fígado, pâncreas, músculo e coração, o que prejudicaria a saúde.
O endocrinologista afirma que o depósito “errado” de gordura aumentaria os riscos de diabetes e doenças cardiovasculares. Não é possível saber com exatidão, no entanto, se o fator é a causa ou apenas um marcador de má alimentação.
Um recente estudo, citado pelo médico e publicado na revista Cell Metabolism, foi capaz de realizar uma “prova de conceito” sobre o tema. Participantes envolvidos no experimento foram orientados a consumir a mesma quantidade determinada de calorias por dia, mas com variação nos períodos.
Parte dos voluntários se alimentavam apenas até às 15 horas, enquanto e a outra parcela seguia o padrão tradicional de três refeições. Foi possível observar que quem comeu somente durante o dia apresentou maior sensibilidade à insulina, além de melhora da pressão e da função do pâncreas. O peso entre os participantes, no entanto, não variou.
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