Dificuldade de perdoar faz tão mal que pode até aumentar chances de infarto
Além de resultar em acúmulo de mágoas, tristezas e afetar a saúde emocional, a dificuldade de perdoar também pode fazer mal ao coração e até mesmo aumentar as chances de infarto, segundo um estudo recentemente apresentado no 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
Dificuldade de perdoar afeta a saúde do coração
De acordo com a pesquisa, conduzida pela psicanalista Suzana Avezum, a falta de perdão pode prejudicar a saúde cardiovascular.
O trabalho contou com a avaliação de 130 pessoas, entre dezembro de 2016 e dezembro de 2018, e descobriu que o grupo que sofreu Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) apresentou maior tendência a não perdoar as mágoas sofridas durante a vida.
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"Em meu consultório, quando pudemos trabalhar a mágoa e, consequentemente, a pessoa pode perdoar, o sentimento de alívio é sensivelmente observado", afirma a psicanalista. Assim, vários sintomas são resolvidos.
A profissional explica que mágoas e ressentimentos são geradoras de estresse, que consequentemente provoca respostas fisiológicas de defesa, com adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina).
A dificuldade que uma pessoa tem de perdoar resulta em ruminação da mágoa e revivescência do evento, que mantêm o estresse e deixa o corpo exposto a essas respostas fisiológicas, o que pode produzir patologias. Quando se trabalha o perdão, há o relaxamento das defesas do organismo e, consequentemente, cura da mágoa e do corpo.
Segundo a psicanalista, apesar de não ser definitivo, o achado é promissor e abre caminho para um debate mais profundo e "menos místico" envolvendo mágoas, perdão e infarto, que é a segunda maior causa de mortalidade no Brasil.
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