Anatomia do orgasmo: veja como vagina, vulva e toda a região se transforma no sexo

A vagina está muito longe de ser uma estrutura passiva durante o sexo. Toda sua anatomia e seu funcionamento se modificam com o objetivo de satisfazer um de nossos instintos mais primitivos: a reprodução. O mesmo acontece com a vulva, o útero, o clitóris e todos os arredores que compõem o sistema reprodutor feminino.

Como o corpo da mulher muda durante o sexo 

Vagina e vulva ficam mais lubrificadas e até mudam de cor 

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A ginecologista Flávia Fairbanks, de São Paulo, explica que, quando a mulher fica excitada, ocorre um aumento da chegada de sangue à vagina, vulva e toda a região íntima. Esse influxo deixa a região da vagina, que é o canal que nós não conseguimos ver por fora, um pouco mais arroxeada, mas também é percebido na vulva (região externa).

Junto com a ação dos hormônios, o aporte sanguíneo na região feminina é também responsável pela lubrificação aumentada quando ocorre a excitação.

Clitóris dobra de tamanho 

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Durante o sexo, é comum acontecer a sensação de intumescimento do clitóris. O inchaço é também causado pelo aumento do fluxo sanguíneo na região e faz com que o clitóris até dobre de tamanho.

“Em algumas mulheres, não dá para ver o clitóris porque a conformação anatômica faz com que ele fique ‘escondido’ entre os pequenos lábios, mas, com a excitação, ele se torna visível”, explica a ginecologista.

Os lábios se abrem 

Com o aumento do influxo sanguíneo para região, os grandes lábios ficam mais inchados. Esse aumento de volume faz com que eles “se abram” discretamente.

Sensação de estreitamento da vagina 

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Os músculos pélvicos ficam mais inchados por conta do aumento do aporte sanguíneo à região, o que causa a impressão de que a vagina ficou mais estreita. “Essa resposta acontece como uma forma de ‘segurar’ o pênis por mais tempo dentro da vagina e facilitar a ejaculação, o que ajudaria a reprodução”, explica a ginecologista.

Útero é empurrado para cima

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Conforme há o estímulo sexual, o colo do útero se desloca para cima, deixando a vagina – que em repouso tem de 5 a 6 cm – de 2 a 3 cm mais longa. “Essa dinâmica pélvica tenta fazer com que o pênis chegue mais fundo e libere os espermatozoides mais próximo do útero”.

Essas mudanças anatômicas acontecem secundárias à ação de hormônios e neurotransmissores, que estimulam os centros de prazer no cérebro e provocam uma ação sobre a musculatura pélvica e os vasos sanguíneos. “É como a ereção masculina, as mulheres também mudam”, explica a ginecologista.

Coração dispara e respiração fica ofegante 

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Não é só o esforço físico que aumenta as frequências cardíaca e respiratória, eleva a temperatura corporal e causa sudorese. A liberação maciça dos hormônios adrenalina e dopamina – causada pelo estímulo feito pela excitação ao Sistema Nervoso Autônomo Simpático – é a verdadeira responsável por esses sintomas, que intensificam a circulação sanguínea.

Esse mecanismo é o responsável também pela máxima que diz que quem transou fica com a pele mais bonita do dia seguinte. Isso acontece porque maior aporte sanguíneo chega também às células da pele, melhorando sua nutrição.

Seios incham, mamilos endurecem e aréolas ficam mais escuras 

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As mamas também são órgãos sexuais e, por isso, são altamente sensíveis ao estímulo hormonal que acontece na hora do sexo. “Quando a mulher é manipulada na região do mamilo, a natureza faz com que as mamas aumentem a sensibilidade para que eles sejam ainda manipulados”, explica a ginecologista Flávia Fairbanks. “Para que isso aconteça, há um aumento da chegada de sangue à mama, o que faz com que ocorra um aumento de volume discreto das mamas, escurecimento discreto da aréola e intumescimento do mamilo”.

O orgasmo: contrações rítmicas em pontos específicos 

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Quando a mulher finalmente chega ao orgasmo, ocorrem cerca de 15 contrações rápidas e rítmicas de diversos pontos da região íntima feminina, como vagina, clitóris, útero e esfíncteres do ânus e da uretra.

Cada mulher e cada orgasmo podem ter sensações diferentes, dependendo do local onde essa contração é mais intensa. “Algumas mulheres sentem contrações na parte de baixo da barriga, outras sentem que não vão conseguir controlar os gases, muitas na região do clitóris, varia muito”, explica a especialista.

Fase de relaxamento 

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Depois do orgasmo, o organismo entra em um período de relaxamento em que está voltando ao normal. “Na psiquiatria, esse momento é chamado de perda de consciência transitória: é um momento em que você se desconecta do mundo”.

Fisiologicamente, considera-se que o Sistema Nervoso Simpático – responsável por aumentar o fluxo sanguíneo, a frequência cardíaca, etc. – trabalhou muito e o Sistema Nervoso Parassimpático entra, então, em ação para brecá-lo, causando essa sensação de “moleza” até que seja restaurado o equilíbrio entre esses dois sistemas.

Em resposta a essa reação, a ginecologista explica que algumas mulheres têm um sono profundo, outras apenas relaxam e há ainda aquelas que saíram do pico de excitação, mas ainda estão estimuladas e tentam novamente se estimular.

Orgasmo feminino